Dicas

Como Adubar Orquídeas

Antes de aplicar qualquer adubação é preciso separar as orquídeas em grupos. Não se pode generalizar. Há orquídeas que necessitam de adubo, como todas as orquídeas terrestres, há plantas que aproveitam bem um adubo, como por exemplo as Laelias e principamente as Laelia purpurata, por serem plantas vigorosas e muitas veze encontradas crescendo sobre pedras em seu habitat, em cima de camadas de terra vegetal e assim podem até ser consideradas semiterrestres, e há orquídeas, que dispensam o adubo, como Rodriguezias, Miltonias e outras de raízes delicadas. E mesmo as Cattleyas, se não usarmos uma adubação muito criteriosa, faremos a elas mais mal do que bem. Uma planta saturada de adubos deixa de gerar raízes e a planta sem raízes deixa de se alimentar e acaba morrendo.


Há quem afirme que as orquídeas epífitas se alimentam exclusivamente de ar e de água. Mas não é bem assim. Se observarmos um tronco de árvore veremos líquens, musgos, detritos entre os galhos e também folhas em vários estágios de decomposição, misturados com corpos de insetos , tudo isso representa matéria orgânica, que as orquídeas assimilam pelas raízes e pelas folhas. E também já sabemos que elas realizam a chamada fotossíntese através da clorofila de suas folhas e pseudobulbos verdes.
Estudando o fenomeno nutrição e adubação das orquídeas epífitas, fica claro e evidente que elas exigem muito pouco para o seu crescimento e sua sobrevivência. O fato de elas possuirem os pseudobulbos que armazenam reservas durante 7 a 10 anos de sua formação, funcionam como depósitos de nutrientes, e também num ambiente úmido da mata, existe uma evaporação muito maior e muito mais contínua e é essa evaporação que deve elevar para o ar elementos e substancias contidas no solo das florestas, também acontecem as vezes queimadas espontâneas nas florestas, e então o vento leva as cinzas para a atmosfera, fertilizando as plantas epifitas.

Uma coisa é certa, todas as plantas, sem exceção, precisam do que chamamos de elementos básicos de crescimento que são: água, luz, ar, temperatura e nutrientes. Os nutrientes além da matéria orgânica, são compostos de tres elementos básicos e compõem o conhecido NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) e mais 2 elemntos auxiliares que são o cálcio e magnésio, e uma série de micronutrientes como: boro, cloro, ferro, zinco. manganês, sódio, molibdênio, cobalto, iodo, vanádio e outros.

Como na cultura artificial dificilmente conseguimos condições ideais ou idênticas ás da natureza, então seria aconselhável usar uma adubação leve e criteriosa, como à base de fosfatos para melhorar a floração ou à base de poássio, que tem efeito o fortalecimento da estrutura física das plantas, aumentando a sua rigidez e maior resistência às moléstias e pragas, desde que tenhamos condições ambientais mínimas exigidas e principalmente de luminosidade, sem as quais as orquídeas não se beneficiarão dos adubos.
Não adianta adubar uma planta sem raízes, porque ela não tem como assimilar o adubo, ou plantas crescidas a sombra, onde não podem realizar fotossíntese e assim aproveitar o adubo.

Não é aconselhável o uso de adubo animal para orquídeas epífitas, em forma de estrume seco triturado e esparramado em cima ou no meio do xaxim, principalmente o estrume de aves, pois este é forte demais e queima as raízes. O estrume de cavalo introduz a praga de tiririca, o que não acontece com o estrume de vaca, porque a vaca é um animal ruminante e então a semente de tiririca passa duas vezes pelo seu estômago, inativando-a. E este é o único que se pode usar, quando bem curtido e diluido em água, em uma razão de um quilo de estrume para 20 litros de água, deixar o estrume por uma semana na água e depois colocar uma xícara dessa diluição em cada planta. Essa diluição também só deve ser usada na época de brotação.

Quanto aos adubos químicos, podem ser aplicados se o NPK estiver muito bem equilibrado. Há várias formulas conhecidas, como: 30 10 10, 10 6 14, 10 10 10. Esta mistura de NPK é usada em uma razão de 1 grama por litro de água. Também deve ser usada uma vez por ano, na época de brotação, essa mesma adubação pode ser usada para orquídeas saprófitas.
Para orquídeas terrestres, segue aqui a receita: 30% de argila, 40% de terra vegetal, 20% de pó de xaxim, 5% de farinha de osso e 5% de farinha de sangue.

Existe também adubo foliar para orquídeas epífitas como o Hyponex, que é especifico e fabricado no Estados Unidos . Esse adubo deve ser aplicado depois de uma rega ou uma chuva, pulverizando as folhas úmidas , ele é absorvido pelos estômatos e também pelas raízes.